Depilação a Laser

DEPILAÇÃO  DEFINITIVA   A  LASER

Já nos idos de 1995 foi  aprovado, nos Estados Unidos da América do Norte,  o primeiro aparelho produzido para tal finalidade, equipamento conhecido comercialmente como SoftLight Nd:YAG.   Com a melhora na tecnologia dos aparelhos e o aumento do conhecimento sobre a biologia da interação entre os equipamentos e a pele humana, os aparelhos de Laser, de Luz Intensa Pulsada (LIP) e outros com tecnologia correlata tornaram-se muito populares.

São indicações de uso: Hirsutismo (excesso de pêlo na mulher seguindo um padrão masculino), Hipertricose (aumento geral dos pêlos),  pseudofoliculite (pêlos "encravados", encontradiços na virilha e nas pernas das mulheres e nas áreas de barba dos homens), pequenos excessos localizados de pêlos escuros  e grossos (nas mulheres localizados especialmente no lábio superior e no queixo), ainda agregando-se ao grupo os homens que não se sentem satisfeitos com a “obrigação” de  se  barbear ou querem livrar-se de excessos em tronco ou membros. 

Os pêlos do rosto costumam resistir um pouco mais  que os do tronco ou dos membros, necessitando mais sessões para atingir o resultado pretendido.   Pêlos brancos ou claros não respondem bem ao tratamento, pois têm pouca melanina, mas hoje já existem substâncias que, aplicadas antes dos procedimentos, escurecem os bulbos pilosos e sanam o problema.    Áreas com grande densidade de pêlos, como axilas e virilhas, respondem bem melhor que áreas com menor densidade pilosa.   Os portadores de peles mais claras conseguem mais rápida redução de  pêlos.  

Há que tomar cuidado com pacientes que tenham doenças fotossensíveis, que tomem medicações fotossensibilizantes (p.ex. pessoas sob tratamento com isotretinoína oral [Roacutan]), com gestantes (apesar dos aparelhos não terem impacto na gravidez, os fabricantes não incluem essa população nos estudos de segurança o eficácia, pois, embora no terceiro trimestre de gravidez a formação do feto esteja completa e teoricamente não haja risco de malformação, qualquer problema com a prenhez ou o feto tenderá a ser atribuído ao tratamento).   Indivíduos bem negros ou com peles recentemente bronzeadas são contra-indicações relativas devido ao alto índice de efeitos colaterais.   Importa dizer que é raro o desencadeamento de Herpes simplex após o tratamento, não se indicando terapia antiviral preventiva.

Para o adequado preparo do paciente são úteis algumas recomendações:   1- Usar fotoprotetores nas áreas expostas submetidas à  depilação.     2- Evitar métodos de depilação que promovam o arrancamento do bulbo do pêlo antes do tratamento, já que a presença da haste capilar aumenta a eficiência do método (preferir métodos que cortem o pêlo, como lâminas, ou usar cremes depilatórios).    3- Peles com pigmentação pós-inflamatória ou mais morenas  devem ser submetidas a tratamento com clareadores desde antes ou a partir de logo depois dele.   4- O pêlo deve estar curto, rente à saída do folículo, para minimizar dano epidérmico e aumentar a eficiência do tratamento (a área a ser depilada deve ser raspada na véspera ou no dia da aplicação).    5- Marcar a área a ser depilada com caneta ou lápis brancos (a tinta escura, seja preta seja azul, absorve radiação e pode lesar a epiderme).

Os leitores podem, aqui, tentar começar a reconhecer os curiosos nomes dos tipos de Laser que, porventura, lhes estejam sendo oferecidos:  Os Lasers de rubi, de alexandrita  e de diodo, assim como diversos aplicadores de  Luz Intensa Pulsada (LIP) são os aparelhos mais comumente empregados no tratamento visando tal mistér.   O Nd:YAG de pulso longo aparenta ser o mais seguro para pacientes de pele escura.

Geralmente o tratamento é bem tolerado,  mas,  em pacientes ou áreas mais sensíveis, pode-se  recomendar o uso de um  creme anestésico tópico, friccionado ou sob forma oclusiva, ½ a 1 hora antes do procedimento.   Esse elimina qualquer ardor mais forte, fato bem comprovado em  pesquisas com pacientes.

Teoricamente, para uma depilação eficaz precisa-se de três mecanismos: destruição térmica pelo calor local, destruição mecânica pela geração de ondas de choque e destruição química através da criação de mediadores tóxicos, os conhecidos Radicais Livres (RL).   Os equipamentos que destroem o pêlo pela fototermólise incluem os de rubi, alexandrita ,  Nd:YAG  e as LIP;   o Q-switched Nd:YAG  destrói mecanicamente o pêlo.   Todos levam ao aumento da produção de RL.

O tratamento é bem tolerado  mas, como existem pacientes muito sensíveis, recomenda-se o uso de creme anestésico  até meia hora  antes do procedimento.  Com o intuito de proteger a epiderme desenvolveram-se métodos de resfriamento dos locais de aplicação, tais como uso da ponteira de safira resfriada, gel transparente gelado ou aparelhos que projetam  ar gelado.  

Praticamente não há cuidados pós-procedimento.

Como não poderia deixar de acontecer neste mundo cheio de incerteza, raros efeitos colaterais indubitavelmente podem ocorrer.   Os mais comuns são hiperpigmentação e hipopigmentação  (respectivamente manchas escuras e manchas claras, temporárias, mas podem durar meses no caso desta última), vesículas, crostas, eritema e erosões.   Cicatrizes nunca são observadas quando de manejo correto.

Vê-se que se trata de uma maneira bem interessante para permitir, a quem deseja ou precisa, livrar-se do incômodo dos pelinhos supérfluos.   E, pela evolução técnica, a cada dia vai ficando mais acessível e mais e seguro.